14.6.10

Ecumenismo está longe da teologia



Nunca subestime o poder que exercem os pensamentos dos homens no moldar as suas atitudes. Os homens agem da maneira como eles pensam. Alguém já disse corretamente que as opiniões são mais fortes do que exércitos. Muitas vozes estão gritando em nossos dias, dizendo-nos que o importante não é a doutrina, e sim a experiência. Mas, ao contrário de tal afirmação, as duas são importantes. A primeira tem de moldar a segunda. A doutrina é extremamente importante. Temos de rejeitar a idéia de que alguém pode ser crente sem levar em conta o que ele crê. Pelo contrário, o que uma pessoa crê faz toda a diferença no que diz respeito ao cristianismo bíblico. Esse é um dos principais interesses que distingue a fé evangélica do catolicismo romano, no qual a tradição tem sido exaltada acima da Palavra de Deus, o ritual se deteriorou em ritualismo, e cerimônias vazias se tornaram um substituto sem significado para a adoração inteligente. Também é um dos principais fatores que distingue a fé evangélica do liberalismo, com sua rejeição da doutrina e sua ênfase na ação social. Não é um acidente que o ecumenismo está divorciado da teologia.

James R. Domm



Nas últimas décadas temos visto muitos movimentos conciliadores entre cristãos professos. Há o velho ecumenismo liberal — “vamos juntar todas as denominações”. Há os ministérios para-eclesiásticos que reúnem pessoas de igrejas diferentes a fim de compartilhar o evangelho — desde Billy Graham até a Cruzada Estudantil. Há o movimento carismático que tem ajudado a produzir companheirismo entre igrejas que se encontravam afastadas havia muito tempo, e recentemente tem acontecido o que podemos chamar de Great Traditionalism, o qual se alicerça num “antigo denominador comum”. Vemos isso na atual moda de alguns evangélicos que usam métodos e coisas associadas ao catolicismo romano e à ortodoxia oriental como auxílio para a piedade.


A multidão conciliadora veste camisetas com mensagens do tipo: “a doutrina divide”, “o amor une” ou “missões unem”. Foi desse grupo que surgiu um bispo que disse, não muito tempo atrás, o seguinte: “a heresia é melhor do que a divisão”. Esses minimalistas doutrinários desejam “nenhum credo, exceto Cristo; e nenhuma lei, exceto o amor”.

Mark Dever